CASAS PRÉ-FABRICADAS & MODULARES: Casas em madeira e LSF - vantagens aos olhos de quem põe a mão na massa



Foi a própria necessidade que o fez reparar numa lacuna de mercado. Quando o sogro demonstrou interesse em montar uma casa de madeira, arregaçou as mangas e pôs mãos à obra, já que escasseava quem o fizesse por si porque “em Portugal não existe uma cultura de construção em madeira”. 

Os mais curiosos passavam e limitavam-se a admirar o T1, com sensivelmente 52 metros quadrados, que ia sendo construído no Gerês para turismo. Já os mais audazes paravam para questionar qual era o nome da empresa que até então ainda não tinha nascido. Mas quando limavam as últimas arestas desta primeira habitação, já tinham 6 casas vendidas para construir, “o que foi um resultado muito bom”.

Rodeado de engenheiros civis, Diogo Loureiro não contrariou o destino. Enveredou pela mesma área mas acabou por dar-lhe novos contornos – mais modernos – porque a uma nova geração cola-se a vontade de implementar novos sistemas construtivos aliados ao know-how que já traz dos sistemas tradicionais.

Hoje em dia, já tem um nome para apresentar: Eva Place. O fundador desta empresa portuguesa com 3 anos de mercado e uma procura difícil de dar resposta, conta que o aparecimento de problemas durante a construção da sua primeira casa, foram a alavanca para encontrar as soluções de fabrico que têm hoje. 

Casas em madeira e aço leve (LSF): o quê e para quem?

Antes de fazer chegar a conversa ao aço leve, Diogo é muito claro em relação à madeira – crê que por uma questão de sustentabilidade, o uso deste material é o futuro. Mas, com os pés assentes no presente, o engenheiro reconhece que ainda se caminha com desconfiança quando se fala de aço leve (LSF). 

“As pessoas ainda interpretam que vai apodrecer ou ganhar bichos, o que é uma ideia díspar da realidade se nos informarmos. Por exemplo, não existem casas milenares de cimento, mas existe de madeira. O cimento tem uma durabilidade à volta dos 70/100 anos, começa a perder propriedades, o que não acontece com a madeira”, explica-nos.



Mas a Eva Place não desenvolve só casas em madeira. Batiam-lhe à porta pessoas entusiasmadas com a ideia de construírem uma casa mas a torcer o nariz face a este material. Assim, para mentes irredutíveis, nasceu uma solução capaz de dar a volta: o aço leve ou Light Steel Framing (LSF). “Nós pensámos: se este método construtivo não atrasa a obra, é rápido na mesma e tem uma maior aceitação de mercado, vamos abordá-lo”, conta-nos o engenheiro.

Desta forma, ao invés de se usar pladur para forrar a madeira no interior e capoto no exterior da casa, “a melhor alternativa é não ter madeira na estrutura e sim, passar para o aço leve”. 

Como funciona o sistema construtivo em aço leve e vantagens:

O nome não deixa enganar: a construção em aço leve (LSF) é um método construtivo que recorre a aço galvanizado para criar a estrutura da casa e apresenta-se como uma alternativa à construção tradicional em alvenaria ou concreto.

Diogo Loureiro referiu que a casa assenta primeiro numa laje feita em alvenaria e “nasce daí para cima a estrutura em aço leve”, com um tempo de fabrico muito mais acelerado por contraste a uma casa tradicional, “em que se tem de assentar tijolos”.

À rapidez da construção, acresce a menor necessidade de mão-de-obra, o que na perspectiva do engenheiro é um ponto crucial, já que os custos da construção serão gastos sobretudo nos materiais. “Quando uma pessoa compra uma casa, ela fica com as matérias-primas e não com a mão-de-obra”, refere.



Mas estas não são, no entanto, as únicas vantagens apontadas pelo fundador. De acordo com o mesmo, o LSF é “à prova de erros”. Porquê? “Esta estrutura já vai importada para o local de obra, onde será montada. As peças não conseguem ser encaixadas de outra forma e isso acelera muito o processo construtivo porque o técnico não tem que estar a tirar medidas, só tem que montar um lego”.

Existindo previamente o fabrico da estrutura, existe também um “controlo de custos”, sem margem para derrapagens. “A pessoa sabe exactamente o que é que vai pagar quando começa a obra”, afirma.



Quanto às vantagens palpáveis para quem irá habitar, Diogo menciona a qualidade acústica e térmica. Segundo o engenheiro, o sistema construtivo de aço leve exige a instalação de mecanismos energéticos como a ventilação mecânica controlada (VMC), as bombas de calor ou o ar condicionado para que não hajam condensações – resultando em marcas de humidade – mas sim uma boa ventilação.

O engenheiro explicou que, nas casas de alvenaria existem mais massas térmicas que chocam entre si. Consequência? “O ar quente vem com a humidade, bate numa peça mais fria e condensa”, criando pontos de humidade, por exemplo nos tectos. “É a mesma coisa que pormos um prato frio numa panela, a água bate e condensa nesse prato frio”, acrescentou.

Assim, estes mecanismos, como a VMC, controlam as entrada e saídas de ar, fazendo com que a insuflação de ar não venha do exterior directamente para a casa. Neste sentido, aumentam também a eficiência energética. 

LSF abre leque para diversas opções de design 



De acordo com o fundador da Eva Place, “90% dos arquitectos e engenheiros estão muito limitados àquilo que é possível fazer em termos de design com alvenaria, betão ou com tijolos. Limitação essa que não existe no aço leve”, conta Diogo fazendo a ponte para revelar que no gabinete de arquitectura interno podem fazer designs “fora da caixa”.

Deve-se a isto a acessibilidade do aço leve, por comparação ao betão ou tijolo. “É possível pôr peças suspensas ou fazer contra-balanços, coisas que hoje não são tão utilizadas porque fica caríssimo se for feito em betão. Como a estrutura é mais leve, os reforços também são menos necessários”, diz. “Por exemplo, uma casa de tijolos vai pesar 140 toneladas por 100 metros quadrados, se calhar uma casa de LSF vai ter 9 toneladas. Esta discrepância de peso vai influenciar o custo das fundações, das lajes etc, já que não têm que ser tão reforçadas”, salienta.

Aço leve e resistência a terramotos



O próprio nome do método construtivo pode fomentar o cepticismo quanto à robustez e resistência sísmica, algo que Loureiro contraria de imediato. “Pode existir um risco pré-concebido por falta de informação. O termo leve, na realidade, beneficia várias questões, nomeadamente as massas térmicas, porque senão, continuamos a construir em pedra que é um sistema muito mais pesado que o tijolo”, atira com o esboçar de um sorriso.

Segundo o engenheiro, a estrutura é, na verdade, mais resistente, isto porque “ao ser mais leve, vai ter uma flexibilidade maior, então é menos provável de partir. Quanto mais rígido for o material, mais ele parte”, avança. “Os arranha-céus são enormes, mas eles lá em cima abanam. Quanto maior essa flexibilidade, maior a resistência dessa estrutura. As pontes também abanam, se não abanassem partiam”.

Manutenção de casas em madeira ou aço leve VS casas tradicionais



Fala-se em construção em madeira, associa-se a constantes manutenções, mas quanto a isto, Loureiro defende-se afirmando que qualquer casa exigirá manutenção de tempos em tempos para durar. E, ainda que materiais como a madeira possam requerer um maior número de vezes de tratamento, a 15 anos sairá “a um custo efectivo inferior do que pintar pelo exterior uma casa inteira de alvenaria”.

O fundador acrescenta ainda que a manutenção das casas de madeira ou de aço leve, é feita aos revestimentos e não à parte estrutural, tal como acontece numa casa tradicional. Desta forma, refere que é uma questão meramente estética. “A madeira em si não vai apodrecer só porque não é pintada, não afecta integridade estrutural”.



Importa referir que isto é dito tendo em conta que a Eva Place utiliza madeira de pinho nórdico, algo que não poderia ser garantido se recorressem à utilização do pinho nacional cuja tendência é a “dobrar e entortar”, explica Loureiro. “O nosso pinho nacional tem efectivamente muita propensão a ganhar bicho da madeira e a ficar todo esburacado. Ao ficar assim, vai criar porosidades que vão afectar a integridade estrutural da casa”, acrescenta, rejeitando o uso da madeira nacional quando se trata de construir casas. 

Tempos e preços: quais são as estimativas? 



Como mencionado anteriormente, a construção de casas, tanto de madeira como de aço leve, ganham tempos de avanço em relação às casas de alvenaria. No entanto, entre os dois métodos construtivos em que a Eva Place é especialista, Loureiro, afirma que em termos estruturais ambos demoram praticamente o mesmo tempo. Todavia, a madeira tem a particularidade de o próprio material fazer o acabamento, isto se o cliente desejar manter a madeira à vista, no interior; no exterior ou em ambos os lados. 

Deste modo, naquilo que controlam – que é a construção da obra, uma vez que a rapidez dos processos de licenciamento estará dependente das câmaras – a média é cerca de seis meses para uma casa de madeira e sete meses para uma casa de LSF. Quando põe na balança o engenheiro recorda que “hoje em dia uma construção em alvenaria está a demorar entre 18 a 24 meses”.



Já em termos de valores, estes andam de mãos dadas com os mapas de acabamento, que impactam directamente a qualidade. “Se nós usarmos mapas de acabamentos baratos, realmente vai ficar mais barato. Por exemplo, se aplicarmos um pladur directo à estrutura, e metermos uma espessura mais baixa de capoto e uma caixilharia barata, fica mais acessível obviamente", atira.

Segundo Loureiro, a estrutura da casa rondará assim, sensivelmente os 1.300 euros por metro quadrado, ao que, juntando ainda as fundações, uma casa com cerca de 100 metros quadrados totalizará à volta de 160/180 mil euros. Mas, "não há oferta, por isso, compensa sempre construir”, salienta o engenheiro. 

Micro-habitação e as novas formas de habitar



Até ao momento, a Eva Place tem-se concentrado em fazer casas para habitação permanente e secundária que rondam os 120 a 160 metros quadrados mas o negócio segue de vento em popa rumo também à micro-habitação off-site, ou seja, a construção é montada em fábrica, fora do local de obra.

Diogo descortinou em conversa este novo projecto no qual já estão a trabalhar: as tiny-houses. “A fábrica já está adaptada, já criámos as condições todas”, faz saber Loureiro. “O site já está quase pronto. Vai haver um configurador onde a pessoa pode escolher os mapas de acabamento e acompanhar o respectivo valor, vai ser tudo às claras”, prossegue o fundador. 

Recorde-se que, até ao momento, somente as vigas da estrutura das casas da Eva Place são fabricadas num espaço fechado e posteriormente montadas no terreno. 



As micro-habitações com aproximadamente 20 metros quadrados terão um valor à volta dos 40 mil euros chave na mão, afirma o engenheiro. E, os objectivos vão inclusive além-fronteiras com intenções de exportar os modelos para países onde o poder de compra é maior e onde estes valores serão “ainda mais interessantes e apetecíveis”, como é o caso da Noruega e Suécia.

O engenheiro adianta que estas tiny-houses serão feitas em aço leve para, por um lado, poderem ser transportadas em módulos e, por outro, resolver-se a questão do “on wheels” – uma casa que anda sobre rodas –, que em alguns países exige certificações específicas. “Por exemplo para a Alemanha, o aço leve funciona e consegue certificar-se. Então este método construtivo vem beneficiar aqui uma outra vertente do negócio que é a micro-habitação”, refere trazendo de novo à conversa as vantagens do LSF.

Diogo acredita inclusive que esta é uma solução a curto-prazo para colmatar o desequilíbrio entre a oferta e a procura de casas. “Ao ser uma construção mais rápida – em aço leve – conseguimos criar mais habitação porque é tudo feito fora do local de obra”, diz. “A China já tinha este problema numa escala muito superior à nossa, fruto da densidade populacional, e tiveram que resolver isso com uma construção off-site”, remata.

Falta de mão-de-obra é uma realidade na construção 



Quando questionado sobre o balanço que fazem da Eva Place até então, após 3 anos no mercado, Diogo Loureiro, afirma que a procura tem-se revelado superior face àquilo que conseguem dar resposta, sobretudo pela falta de mão-de-obra existente. “Hoje em dia um jovem de 25 anos olha para a construção civil como um trabalho não nobre porque não é estar à frente do computador, mas ganham bastante dinheiro”, enfatiza.

Esta procura acrescida lança também indícios de que as alternativas aos métodos de construção tradicional começam a ganhar cada vez mais terreno.

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